
Kosovo ameaça não enfrentar Espanha pelas Eliminatórias da Copa
Por AFP
São Paulo, SPA Federação Espanhola divulgou na terça-feira que o treinador, Luis Enrique Martínez, apresentará no dia 15 de março a lista dos convocados para os duelos das eliminatórias "contra a Grécia, a Geórgia e o território do Kosovo".
A designação de "território" não agradou à Federação do Kosovo, que lembrou em um comunicado que "Kosovo é um estado independente".
Tanto a Uefa como a Fifa reconhecem o Kosovo como membro de pleno direito desde 2016, quando se declarou independente da Sérvia em 2008, embora alguns países como a Espanha ou a Grécia não o reconheçam como estado independente.
O comunicado da entidade kosovar considera que a Espanha tenta "minimizar a soberania do Kosovo" e assegura que "os critérios da Uefa e da Fifa são claros como o vidro".
"O Kosovo não fará quaisquer concessões: apenas jogaremos de acordo com os critérios e regras estritos da Uefa, com o hino nacional e a bandeira, caso contrário o jogo não será disputado", acrescentou a federação.
"A única coisa que fizemos foi seguir as recomendações em nome do Ministério das Relações Exteriores", alegaram nesta quarta-feira fontes da Federação Espanhola de Futebol.
A Federação Espaonhola havia agendado uma reunião para esta quarta para discutir o assunto.
A Espanha está no Grupo B das Eliminatórias Europeias para o Mundial no Catar, ao lado da Suécia, Grécia, Geórgia e Kosovo, entre os quais a Grécia também não reconhece como país a ex-província sérvia.
O seleção espanhola vai jogar suas três primeiras partidas do torneio classificatório para a Copa de 2022 a partir do dia 25 de março, contra a Grécia em Granada (sul da Espanha). Três dias depois vai viajar para a Geórgia e encerra a série de confrontos com Kosovo no dia 31 de março em Sevilha.
Apesar da Espanha não reconhecer o Kosovo, o ministro das Relações Exteriores espanhol, Arancha González Laya, lembrou em dezembro após o sorteio das eliminatórias que este tema é algo a ser resolvido "com as regras da Fifa".
“São as suas regras, não as do direito internacional no que diz respeito ao reconhecimento dos estados. É por isso que na Fifa há integrantes como as Ilhas Faroe, País de Gales, Escócia, Irlanda do Norte ou Gibraltar, que não são estados”, lembrou.